Coluna do Tárcio Cacossi: Liderança não é a realidade do Bragantino!

*Por Tárcio Cacossi
LIDERANÇA NÃO É A REALIDADE DO BRAGANTINO
O jogo entre Red Bull Bragantino x Palmeiras neste domingo (18) no Estádio Municipal Cícero de Souza Marques, valia a liderança, mas como sempre colocamos neste espaço, a disputa pela primeira colocação e o título não é a realidade do time de Bragança Paulista.
Isso ficou provado quando, após um primeiro tempo equilibrado e com uma eficácia maior no ataque do Bragantino, que abriu o placar, a comissão técnica liderada por João Martins – Abel Ferreira estava suspenso – tinha no banco de reservas jogadores muito capazes de mudar o rumo da partida, o que, de fato, aconteceu, em especial com a entrada de Maurício, que fez a jogada que originou o escanteio do primeiro gol entre outras, além de ter marcado o gol da vitória no rebote.
Num campeonato longo e desgastante, com 38 rodadas, ainda mais quando se concilia com outras competições, é preciso ter um elenco com jogadores no banco de reservas do mesmo nível dos titulares. É o caso do Palmeiras, mas não do Bragantino, que quando em maior dificuldade na segunda etapa, diante de um forte adversário, não oferecia ao técnico Fernando Seabra essa possibilidade de uma resposta.
Verdade que como o Palmeiras são poucos os que têm um elenco tão farto e acima de tudo tão forte mentalmente, como o dessa equipe vencedora nos últimos anos e que desponta como principal candidata ao título ao lado do Flamengo, o que permite ao Red Bull Bragantino continuar acreditando que é possível se manter na parte de cima da tabela e quem sabe beliscar uma vaga na Libertadores. Classificação para a Copa Sul-Americana, diante do desespero que foi se livrar do rebaixamento no ano ado, já estaria de bom tamanho. Mas pensar em uma liderança que se sustente até o final hoje é uma utopia.
Copa do Brasil exige atenção
Agora é voltar as atenções para a Copa do Brasil, competição pela qual enfrenta o Criciúma na próxima quinta-feira (22), novamente em Bragança Paulista, às 21h30. O Massa Bruta perdeu o primeiro jogo, em Criciúma-SC, por 1 a 0, dia 1º de maio, e precisa vencer por dois gols de diferença para se classificar diretamente. Vitória por um gol de vantagem leva a decisão para os pênaltis.
Vale lembrar o histórico recente de eliminações inesperadas em copas do Brasil e outras competições não só no período de Pedro Caixinha, quando foi eliminado, em 2023, pelo Ypiranga-RS, em Erechim, mas também na época de Maurício Barbieri, que caiu diante do Goiás, em 2022, nos pênaltis, em Bragança Paulista.
Contra o time catarinense, que patina na Série B, o Braga é amplo favorito. Mas diante de todas essas circunstâncias todo cuidado é pouco. Portanto, esperamos que o time entre com a mesma postura que vem apresentando no Campeonato Brasileiro para sair com a classificação.
Seria cômico se não fosse trágico
Que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é uma piada ninguém duvida, embora seja milionária graças à exploração da seleção brasileira, famigerada dentro de campo, mas que ainda ostenta o rótulo de única pentacampeã mundial, o que naturalmente atrai muitos patrocinadores e a torna capaz de pagar salário de R$ 5,3 milhões ao consagrado técnico Carlo Ancelotti. Mas dessa vez se superou ao lançar como único candidato para substituir o afastado Ednaldo Rodrigues, o desconhecido Samir Xaud. Eleito presidente da Federação Roraimense de Futebol, ele assumiria a partir de 2027 o cargo de seu pai, Zeca Xaud, que completa 40 anos à frente da FRF em 2026.
Aos 41 anos, Samir é médico com especialização em infectologia e medicina esportiva, atua como empresário no esporte, com um centro de treinamento voltado ao fitness e bem-estar. Nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro, Roraima tem apenas um clube, o GAS (Grêmio Atlético Sampaio), na Série D. Diante disso, qual o conhecimento e a experiência dele para assumir cargo de tamanha importância?
Não que Ednaldo Rodrigues e os anteriores, também afastados diante de escândalos de diferentes origens fossem referências em gestão de futebol, muito pelo contrário, mas essa eleição, sem dúvidas, é a mais bizarra de todas.
Tudo isso porque, para registrar uma chapa, é preciso o apoio de 8 federações e 5 clubes, no mínimo, de acordo com o estatuto da CBF. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, que organiza o principal estadual do país e teve o apoio da maioria dos clubes das séries A e B, não conseguiu apoio das federações, que inacreditavelmente têm mais peso que os clubes no sistema eleitoral da CBF.
A direção global da Red Bull, envolvida no que há de melhor no esporte pelo mundo afora, deve se perguntar, incrédula: Além de os clubes que estão no Campeonato Brasileiro terem que disputar campeonatos estaduais, as federações desses estados, cuja maioria são semiamadores no futebol, tem maior importância que esses clubes na gestão do futebol? É o Brasil!
*Tárcio Cacossi, é jornalista, com MBA em Gestão e Marketing Esportivo.
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